Calmazze! O Fabio Junior não vai aparecer por aqui, e não tenho visto estrelas soltas pelo céu da boca.
Outro dia, um conhecido disse que não entende por que há tamanha comoção com o mico leão dourado. Segundo ele, e daí se este bicho que não muda em nada nossa vida, desaparecer. É claro que fiquei em estado de choque com a declaração.
Mas recentemente, em uma conversa com amigos descobri algo que me deixou ainda mais apavorada. Descobri que a maioria das pessoas, quando assiste uma daquelas cenas típicas do National Geographic, de perseguição, torce pelo caçador.
Como assim?!?
Você vê a leoa, correndo como um animal faminto e torce para que ela consiga alcançar o pobre indefeso do veadinho?
Eu sempre torci para o veadinho escapar, dar um olé na leoa (uau, quase uma aliteração).
OK, entendo que a leoa vai ficar com fome, que existem centenas de milhares de veadinhos pela savana, mas eu quase sempre torço pelo mais fraco.
Fiquei com uma dúvida: será que torcer pelo mais fraco me torna uma anti-darwiniana? Não! Claro que não, Darwin sempre falou dos mais adaptados, nunca dos mais fortes (afinal como o besouro de alter do chão sobreviveu dentro da minha mala e pulou para fora dela quando chegou no meu apartamento?)
Talvez a maior dificuldade seja definir quem é o mais frágil. Só por que a leoa é maior, tem garras afiadas, isto faz dela mais forte? talvez não. talvez ela seja bem frágil. Quem vai saber como ela lida com a fome e com a frustração de ter perdido a caça?