quarta-feira, 23 de março de 2011

tempo, tempo, tempo, tempo

Em uma conversa com amigos há alguns dias, derivamos para uma constatação óbvia: o tempo é cruel, sob o ponto de vista da estética, mas é bem mais cruel com as mulheres que foram muito desejadas na adolescência e início da juventude.
O pivô da conversa, foi o encontro de um dos participantes da conversa, encontro muito causual, diga-se de passagem, com uma tal de "musa das partes traseiras".
O descrito encontro, testemunhado por mim, ocorreu no supermercado, as 8 da noite de um sábado. Eis que aquela que um dia teve reputação universitária pautada nas curvas de sua geografia, vinte anos depois passaria totalmente desapercebida na fila do caixa, não fosse seu histórico de glória, nem um comentário mereceria.
Foi díficil entender como aquela mediocridade, em uma calça justa, verde, um rosto cansado, de quem tem tido poucos prazeres na vida pode ter sido um dia tão encantadora.
20 anos. O que será que houve nestes 20 anos com esta mulher? Que acontecimentos será que marcaram as linhas de seu rosto de forma tão profunda e definitiva?
E a vaidade? Por o que será que foi substituída? Nada de maquiagem, uma roupa de ficar em casa. Talvez a certeza de não encontrar ninguém? Ledo engano. Encontrou. Um ex colega de faculdade. Talvez um que tenha se orgulhado de ter saído com ela há 20 anos, talvez um que tenha tentado e se frustado com um fora dela.
20 anos. Não voltam mais...