segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Conversa alheia




Em algumas situações é muito divertido ouvir a conversa alheia. Eu sei que não é muito bonito, mas em público, até dá para fechar os olhos, virar o rosto, mas de vez em quando é inevitável ouvir algumas conversas.
Outro dia, ouvi uma mulher falando ao celular:

"Preciso saber se o enrolado vai para a ilha. Preciso dele e do Dorival que é mais rápido que o Baiano".
Claro que por ser uma conversa ao celular não pude ouvir o que respondia a pessoa do outro lado, mas fiquei pensando: quanto lento deve ser o tal do Baiano para que um sujeito com o apelido de Enrolado seja mais rápido que ele?
O que será que esta mulher quer com o Enrolado na ilha?
Isto é jeito de falar do Baiano? Não me parece politicamente correto!

Acho que a mulher percebeu que eu estava ouvindo tudo e fazendo minhas conjecturas, porque ela levantou-se e foi falar em outro lugar. Que pena, nem deu tempo de saber que ilha era. Ilha Bela, Ilha de Caras, Ilha de edição?

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Barriga não me dá saudades. Paris sim!

Cheguei a conclusão que gravidez é como uma viagem de avião. Você entra no avião e não sabe como é o lugar onde você vai chegar. Você lê muito sobre o assunto, nos guias de viagem e todos a sua volta dizem que você vai adorar para onde está indo. Você acredita, porém tem ressalvas. Será que eu vou gostar?
Durante o trajeto, você fica o tempo todo com uma miscelânea de emoções: ansiedade, felicidade, realização, medo, desconforto físico. Não sabe direito onde colocar a perna, fica sem posição para dormir. A comida fica meio intragável e não é à toa que em ambas as situações é fundamental ter um saquinho de vômito muito facilmente posicionado.
Durante toda a viagem você tenta se distrair, ler, ver filmes, conversar, mas sempre tem uma tensão no ar, um risco de turbulência.

E após todos este calvário ainda tem a fila da imigração, a espera pela bagagem, contudo após cumprir todas estas etapas e passar por este desconforto: tchan tchan... você chega em Paris!
E descobre que quem passou por isto antes de você tinha toda razão: é maravilhoso! Você passeia descobrindo novas paisagens, as refeições voltam a ser prazerosas, você se depara com novos aromas e seus olhos não se cansam de tanta beleza.

Da mesma forma que passear por Paris, em alguns momentos você sente um cansaço que beira a exaustão, dor nas pernas de tanto andar, mas é aquela exaustão feliz que você sabe que o dia seguinte vai ser lindo de novo!

Ouvi de diversas mulheres que após o parto elas ficaram com saudades da barriga. Definitivamente não é o meu caso. Que contentamento que é voltar a dormir de bruços, não ter soluços, conseguir colocar a meia sem precisar sentar na cama, vestir as calças em pé.

Liberdade é pisar em terra firme, chegar em Paris e não ter barriga!