Recentemente descobri que cada membro de minha família pronuncia nosso sobrenome comum de formas diferentes. Há espaço para um sotaque mais afrancesado, mais polaco ou totalmente abrasileirado, espaço para o M mais ou menos pronunciado, com som de N ou não, T mudo ou não tão mudo assim, somente um pouco fanho, etc.
Um dia destes, um dos meus primos, no check in da companhia aérea foi soletrar o sobrenome e a atendente interrompeu:
- Meu senhor, preciso do seu sobrenome, e não do código da reserva.
É verdade, temos que reconhecer que este sobrenome parece um código de reserva. Aqui, no Brasil. No check-in de alguma companhia do leste europeu, talvez um Souza pareça código de reserva. Muita vogal numa palavrinha tão pequena...
Eu sei que existe uma convenção para soletrar. Não estou me referindo a uma música infantil que falava: a de amor, b de baixinho, c de coração Estou falando de uma convenção que penso que deve vir da época do Telex.
A de amor;
B de bola
C de casa;
D de dado...
Me dei conta de que eu utilizo muitos animais para soletrar:
E de elefante, M de macaco (quando a maioria das pessoas, diz M de Maria), T de tatu, R de rato, mas o que me impressionou foi nesta semana, ouvir a seguinte forma de soletrar: T de tamanco. Tamanco? E não parou por aí... S de sapato. Fiquei estupefata. Fiquei pensando se será que é possível encontrar letras para todos os tipos de calçados! E de escarpin, C de chinelo, H de Havaianas! P de pantufas!
Me lembrei que um dia, uma pessoa do meu lado, no trabalho, tinha que soletrar algo, e a pessoa do outro lado do telefone era um tanto quanto limitada, o que fez com que quem soletrasse tivesse que repetir várias vezes, até que já muito impaciente gritou, pela última vez: B de Burro, J de Jumento...
terça-feira, 16 de novembro de 2010
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