Aos 8 anos, comecei a ficar míope. Embora filha de pais levemente míopes, daqueles que só usam óculos para ir ao cinema ou dirigir à noite, minha miopia foi crescendo muito mais rápido que eu. Aos 14 anos tudo estava definido: 1,61 de altura e 6 graus. O suficiente para não viver um minuto sem os óculos.
Tateava no criado-mudo por eles, assim que acordava. Sofria quando quebravam e tinha que usar o reserva, sempre ainda mais feio, e muito frequentemente com grau desatualizado.
Passei a usar lente de contato: esteticamente a situação melhorou, mas os cuidados eram chatos: tinha que ferver a lente todos os dias por 3 minutos. Quantas vezes esqueci no fogão e torrei as lentes. Depois vieram os limpadores, mas quantas vezes a lente não foi embora pelo ralo da pia do banheiro...
Eis que o milagre aconteceu: a vontade de me livrar da limitação visual superou o medo e fui me consultar com santo expedito. E que santo! Me passou uma credibilidade, uma calma, que decidi operar.
Faz pouco mais de 10 anos, mas me lembro como se fosse hoje. As pernas tremiam tanto que eu não conseguia ficar parada na maca. E santo expedito ia explicando cada sequência do procedimento. Foram loooongos 10 minutos...
E na saída, uma caixinha: doe seus óculos...
Foi uma sucessão de pequenos momentos felizes: enxergar o shampoo no banho... 4 pontos no ranking da felicidade; acordar e enxergar o quarto... 8 pontos no ranking da felicidade; ir viajar sem o aparato: lente e apetrechos, oculos e reserva, oculos escuro de grau... pontuação máxima no ranking da felicidade!
Estou aproveitando cada minuto. O problema de enxergar longe é que consigo olhar para frente e enxergo que em mais alguns anos a presbiopia me alcançará...
sábado, 26 de fevereiro de 2011
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