segunda-feira, 31 de maio de 2010

Fogão subiu

Caminhando pelo Rio de Janeiro pela manhã, domingo de sol, me deparo com a seguinte manchete de jornal: Fogão subiu.
Manchete concisa, bastante auto-explicativa, eu penso.
E concluo: poxa, se o fogão subiu, é sinal de que a inflação está de volta. Vai tudo aumentar: a geladeira (aquela que eu acabei não comprando), todos os eletrodomésticos, serviços, etc. Muito rapidamente, uma infinidade de pensamentos se formam: me lembro de quando era criança, governo Sarney, inflação astronômica, vários carrinhos de supermercado no dia do recebimento do salário, overnight, entre outros.
Desde que comecei a trabalhar e ganhar meu dinheiro, nunca convivi com inflação de verdade. Penso: será que vou ter que incorporar isto na minha vida?
No Zimbabwe, comprei um cheeseburguer e um refrigerante e paguei uma conta de 1 milhão de zim dólares. Oh não! será o prenúncio destes tempos voltando ao Brasil?
E eis que olhando mais detalhadamente... o jornal chama-se Lance... epa! algo diferente aí... estou no Rio de Janeiro... o jornal é de futebol... pesadelo suspenso... O Fogão é o Botafogo! Subiu na pontuação do campeonato!Tudo na normalidade nas Casas Bahia!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

São Pedrinho

Dar nome aos bois não é fácil, mas dar nome às coisas é ainda mais díficil.
Algumas vezes participei, sériamente ou de brincadeira de conversas para ajudar amigos a batizarem empresas ou projetos.
Me lembro bem de uma vez, num restaurante com dois amigos, ficamos algum tempo tentando ajudar a amiga de um deles a definir o nome de um restaurante que ela ia abrir. Não chegamos a conclusão nenhuma, mas batizei um projeto do trabalho naquele dia com as sugestões. Desnecessário dizer que o projeto (de recursos humanos) nada tinha a ver com gastronomia.
Outra vez, um grande amigo, me ajudou a batizar este blog, lembrando que esta é uma das frases que eu mais falo, dada a minha conhecida intolerância a lerdeza humana.

Uma outra vez, fui convidada por uma amiga, para me juntar a um grupo de umas 10 pessoas, todos munidos com diferentes dicionários (inglês, mitologia, latim, entre outros) e vinho com o objetivo de escolher o nome da empresa dela. Lá pelas tantas, chegamos a 4 finalistas.

Fui sempre mal sucedida em palpitar nos nomes dos filhos dos amigos. Nada de surpreendente uma vez que eu sempre disse que se um dia tivesse uma filha, gostaria que ela se chamasse Isolda, homenagem a Isolda das mãos brancas, personagem frágil e fortíssima que tanto gosto na literatura.

E hoje novamente estou opinando na escolha de um nome para a empresa de uma grande amiga. Não está fácil. Em conversa com ela hoje, ela me disse: às vezes a gente simplesmente se acostuma com o nome, e ele torna-se natural. Concordo. Isto acontece.
A gente fica tentando relacionar a atividade a algum nome de grande impacto, e às vezes, um simples nome de fato torna-se super natural.

Me lembrei do livro do Saramago: Todos os nomes, e do personagem (cujo nome não me lembro, José, talvez) que trabalha em um cartório de nomes.

Curiosamente hoje peguei uma indicação com uma vizinha sobre um fornecedor para fazer um suporte de vidro para minha casa e o nome do estabelecimento era simplesmente: São Pedrinho!